sexta-feira, 9 de abril de 2010

MASSARANDUBA VOCÊ ME VIU NASCER E CHORAR?

OH NAQUELE TEMPO...NÃO SE TINHA PRESSA ERAM CONVERSAS DAS NOITADAS SEM FIM !





Muitas  vezes  em  se  tratando  de  fé  em  Cristo   acontece  a  divisão  familiar;
Assim  disse-nos  o Mestre:
 Eu  vim  trazer  a  divisão  familiar  e  eu  vim  trazer
a  espada...(a  espada  da  fé  e  da  justiça)
Vim  trazer  divisão  entre  um  homem  e  seu  pai... Vim  trazer a  divisão
Entre  a  mãe  e  a  sua  filha  e  entre  a  nora  e  sua  sogra...?
Muitas  vezes  os  maiores  inimigos  de  um  homem   estão
dentro  de  sua  casa, no  meio  de  sua  família  e  no  meio  dos  seus  parentes...
Mas  o  seu  Espírito  Santo  na  nova  dispensação  dos  tempos  veio  trazer 
A  boa  mensagem  de  fé  e  reconciliação  familiar.
E  ele  converterá  o  coração  dos  pais  para  os  seus  filhos 
e  reconciliará  o  coração  dos  filhos  para  com  os  seus  pais...
(Textos  de  Mateus  capitulo  10:34-36  e  Malaquias  4:6)

Em  figura  abaixo  nos mostra  a  cidade  natal - Blumenau  dos  velhos  tempos  e  dos  tempos  modernos... mostra  o  estilo  dos  velhos  casarões  das  Festas  de  Outubro - Terra Das  October Fest  e  outras  festas....


Sou Nascido em Blumenau - Terra da Bela Santa Catarina !
Relembro com saudades de meu pai e mãe: do tempo em que se separavam...?
Eu tinha dois anos de idade deste tempo pouca coisa me lembro.
Dizia a nossa "santa mãezinha" em seu coração:
Oh meu Deus ! Oh Meus filhos ! Agora, para aonde iremos nós...?
Um anjo sussurrou-lhe mansamente ao seu ouvido dizendo:
Vamos todos para a casa da vovó Casimira e do avô João Odwazny!
Que  ficava  em  Massaranduba -  povoado  de  Guaraní-Açú.
E, com receio e humilhados lá fomos nós... Seja o que Deus quiser !
Confesso na saudade, que nunca conheci
bem  a  fundo o coração de meu velho pai...
Seu  Stachek, Stanislau Czaplinski e dona Juliana !
Meu velho pai, foi um pai ausente...
Só cheguei a conhecê-lo  de  verdade aos 22 anos de idade,
Ele não permitia, que a gente se aproximasse de sua pessoa...?
Mas acho que, uma coisa faltava ao meu velho pai  era o amor pela sua família.
Minha mãe, dona Juliana fazia o que podia para sobreviver!
Com a ajuda dos avós, tios e amigos fomos criados, graças a Deus !
Éramos quatro filhos ao todo:
Meu irmão Felipe, eu  e as duas irmãs
A Guinha  e a Lu  (apelidos).
Nossas irmãs foram dadas para a adoção:
Como não se  tinha  lugar  para  todos  nós  na  casa  de  nossa  vovò,
Foi  decidido que,  deveríamos  ir  para  a  adoção, isto  é,
Deveríamos  ir para  a  casa  de  alguém...? Somente  não  se  sabia  para  aonde?
A  principio  os  escolhidos  para  a  adoção  era  meu  irmão  e  eu?
Mas  pelas  consultas  prévias  entre  os  nossos parentes   ninguém  nos  queria  adotar?
Os  meninos  eu  e  meu  irmão, todos  os  interessados  em  adoção  diziam:
Ah! mas  se  pelo  menos  fosse  uma  menina  para  nos  ajudar  a  cuidar  da  casa?
Por   esse  motivo  meu  irmão  e  eu  escapamos  do  leilão  para  adoção?
Mas, uma  coisa  estava  decidida, nós  iríamos para  a  adoção;
Minhas  irmãs  ou  eu  meu  irmão; filhos  ou  duas  filhas  seriam  dadas  para  adoção,
Custe  o  que  custasse  assim  dizia  a  nossa  avó;
Aqui  não  temos  lugar  para  todos, acrescentava  a  nossa  avó?
A  casa  de  meu  avô  nesta  época, como  era  uma casa  de  roça  tinha bastante  gente,
Os  meus  tios  quase  todos  solteirões  estavam  em  casa, não  casavam?
Dizia  a  nossa  avó  para  os  seus  filhos  solteirões:
Porque  vocês  não  se  casam, com  tantas  mulheres  bonitas  por  aí...?
Pelos  meus  cálculos  se  tinha  umas  doze  pessoas na casa  do avô,
Dentre  essas  pessoas  dez  eram  homens,
As  mulheres  da  casa  eram:
Minha  mãe  e  minha  avó. Haja  comida  e  roupa  lavada  para  todos?
Dizia  nossa  avó.
Daí, poderemos  ver e  sentir  um pouco um dos  motivos 
E  o  por quê  não  éramos  tão bem  vindos na  casa?
E  o  porque  da  preocupação  constante  de  minha  avó  para  com  toda  a sua família?
Foi  assim  neste  ambiente  e  neste  tempo  de  dificuldades  e  tribulação
Aparecemos  nós  na  casa  de  nossa  avó.
 Mesmo  assim,  a  vida  continua  e  o  projeto de  nossa   adoção  também.
Depois  de  tantas  reuniões  e  discussões  de  família, quem  fica  com  quem?
Ficou  então  decidido: Minhas  duas  irmãs  iríam  para  a  adoção.
Minha irmã Guinha ( 4 anos) foi morar com uma tia em um local chamado Treze de Maio


MASSARANDUBA -SC. TERRA  DAS   ALAGOAS  E  TERRA  DOS   VERDES E  BELOS  CAMPOS  DOS  ARROZIAS, DO  ARROZ  QUE  VEM  REVERDECENDO  DO  BREJO...

Minha irmã Lúcia( 7 anos) foi morar com uma prima em Curitiba.
Minhas irmãs até os dias de hoje não conseguem perdoar a nossa mãe pela adopção...?
Assim diziam as minhas irmãs:
A nossa mãe  dona Juliana nunca ia visitar-nos... ?
Se foi, uma ou duas vezes ,dentro de um período de tempo aproximado de 10 anos?
Assim  o   nosso  tempo  passou   e  a  saudade  veio  atrás...
Foi  neste  momento  que  entra  em  cena  o  tio  Júlio, irmão  de  minha  mãe,
Com  o  decorrer  do  tempo  ele  resolve  nos  adotar  como  um  tio  e  pai-adotivo?
Todos  nós  morávamos  na  mesma  casa  de  roça, casa  de  nosso  avô.
Tio  Júlio  era  um  homem  solteirão, mas  homem  de  um  coração  bom.
Durante  muito  tempo  foi  o  nosso  tio  e  amigo.
Levava  meu  irmão  e  eu  para  as  festas  de |Igreja, Nos  levava  passear  as  vezes,
Contava  as  histórias  para  nós, ia  até  a  Venda-Armazém  de  roça  do  seu  Wolf
E  lá  nos  comprava  as  balinhas, os  capilés, as  gazozas  etc.
Enfim, ele  foi  o  nosso  amigo  por  durante  muito  tempo.
Porém, assim  nos  diz  o  poeta  e  músico:
Mas, as  marcas  dos  desenganos  ficou ... e  só  o  amor  pode  apagar...?
E só  o  perdão aliado  ao  amor  maior,
Podem  fazer  apagar   essas  nossas  dores  do  passado  e  do  presente...?
Sempre  digo  para  as  minhas  irmãs: Ninguém  neste  mundo  é  perfeito.
Deus  é  bom  e  sempre  usa  para  conosco  a  boa  pedagogia  do  sofrimento,
Assim  nos  diz  o  apóstolo  Paulo:
Não  te  deixes  vencer  pelo  mal  mas  vença  o  seu  mal  com  o  bem...
È  isso  mesmo, ter  a  capacidade  na  alma  e  no  coração  para;
Vencer  o  mal, vencer  a  dor  e  vencer  o  abandono  dos  pais,
Fazendo  e  praticando  o  bem, essa  é  a  pedagogia  de  Cristo
Nos  santos  evangelhos. 
Tende  por  motivo  de  grande  alegria  quando  tiverdes  que  passar  por
Várias  tribulações  da  vida: Assim  nos  diz  o  apóstolo  Tiago  porque:
A  tribulação  produz  fé  e  esperança  e  o  amor  maior.
Então, Graças  a  Deus!  com  a  sua  ajuda  nós  vencemos!

Seu Stachek nosso pai como era chamado pelos seus vizinhos,
Gostava de caçar e pescar, gostava também trabalhar na roça...?
Gostava de fazer as festas de comemoração das colheitas de: arroz e feijão etc.
À moda dos índios... a moda dos bugres... como bem dizia meu pai,
Não sei aonde ele aprendeu estas maneiras diferentes de comemoração,
Dizia que foram os índios que o tinham ensinado, qual das tribos ele não sabia...?
Era uma maneira rude de SE dar Graças a Deus, e dizer:
DEUS SEJA SEMPRE LOUVADO,

Se tinha bastante explosões de foguetes e rajadas de balas de revólver,
Como também, bastante tiros com sua velha espingarda de pólvora e chumbinhos.
Relembro a casa onde eu morava, lá no alto do morro, ao lado do Riacho.
A plantação do canavial ao redor da casa da vovó e do avô velho João Odwazny.
Relembro os velhos ranchos de engenho da cana de açúcar !
Dos bois de canga,bois de canga e de trabalho,
o boi Estrelo e o boi Redonho.
Tio Júlio era o seu candeeiro predilecto...
Relembro ainda as suas passadas com a carroça que ia lentamente,
A frente dos bois bradando:tio Júlio ia bradando, Oi Estrelo...Oi Redonho...
Seus bois de estimação.

EM  UMA   FIGURA  - TIO  JÚLIO  EM  SEU   CARRO  DE  BOI,  SÃO MARCAS  DO  QUE  SE  FOI  E  FICOU  NA  SAUDADE   DOS  VELHOS  TEMPOS  NOS  TEMPOS  DA  VELHA  MASSARANDUBA.



Relembro da plantação do arrozal do seu Bertolino,
nosso vizinho, homem que não gostava de nossa família,
Sempre se tinha uma encrenca com ele, mas sempre se perdoavam...?
Relembro com saudades da de sua filha, Oh Beli... você ficou na saudade!
Você foi a minha primeira namoradinha dos tempos de inocência...
Você foi o meu primeiro morgado dos amores,
Brincávamos juntos e juntos queríamos ficar,
Mas o destino quis nos contrariar...?

TEMPOS  DA   VELHA   FERRARIA, TEMPOS  DE  MALHAR  O  FERRO  COZIDO,
TEMPOS  DE  FERRAR   OS  CAVALOS  ETC.

Figura  abaixo  nos  mostra  o  tempo  em  que  se  ferrava  os  cavalos  para  o  trabalho,  era  da  chmada de tração  animal. Cavalos  que  eram  preparados  para  puxar  as  carroças  e  os  velhos  carroções  de  morro  acima  e  de  morro  abaixo. De  S.  Bento  para  Jaraguá  do  Sul  etc.



Relembro do tio Edmundo e de sua Ferraria,
Todos os dias de manhã até a noite,
Lá estava o tio Edmundo, batendo com força em ferro frio,
Batendo em ferro cozinho e ferro aquecido...coisas do tempo de ferreiro.
Relembro, ele movimentando com o pé no pedal de seu forno,
Seu forno movido a pedaleira manual que fazia os assopro de alta temperatura,
Fazendo os assopro para que o forno bem esquentasse e cozinhasse o ferro-cozido,
que lentamente aquecia com carvão o seu ferro para malhar,
Ainda na saudade vejo as faíscas saltando de seu forno aquecido a carvão.
Estas faíscas ficaram na saudade de tempos que não voltam jamais.


Oh que saudade que me dá! em relembrar o avô sentado na varanda,
olhando e apreciando lentamente as baixadas verdes do arrozal plantado
chamado de arroz do brejo, o arroz que reverdecia e enchia os olhos.
Relembro das conversas e causo na varanda após a ceia,(janta),
Lá estava o tio Antek, lá estava o tio Júlio, lá estava o tio Tomaz,
lá estava o tio José o viajante, lá estava eu e meu irmão Felipe,
Eram nove horas da noite, Epa...! grita o tio Vadek...Lá Vem alguém...?
Quem...? interrompe o tio tio Júlio, vejam... lá vem o seu Lipinski...!
Nosso vizinho e contador de contos e casos que morava no alto da colina.

Assim somos nós... Assim sou eu nos dias de hoje...?
Sou o fruto dos meus velhos pais e avós,
Sou fruto dos erros e acertos dos nossos parentes.
Assim se expressa o Salmista dizendo:
Bem-aventurado é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios...
Bem-aventurado aquele homem ou mulher que, apesar de tudo sabe honrar
E sabe respeitar, seu pai e sua mãe.
Assim fazendo e praticando, nos advertem os santos Evangelhos:
Terá paz na terra... terá vida longa e tudo lhe irá bem.
Tempo todo eu queria cumprir estes preceitos divinos,
Mas se errei... que Deus me perdoe,
Não sei se pude cumprir ao pé a letra estes santos mandamentos, Deus o sabe.
Mas, uma coisa fiz, creio eu, fiz de tudo para obedecer os mandamentos.
Todos  os  dias  de  minha  vida  eu  faço  esta  oração :

JESUS  CRISTO  filho  do  Deus  PAI  Altíssimo  curai  a  nossa  família...
JESUS  CRISTO  SALVAI    A NOSSA   FAMÍLIA  CZAPLINSKI
SANTO  ESPÍRITO  CURAI  AS  NOSSAS  FERIDAS  INTERIORES,
PERDOAI  TODOS  OS  NOSSOS  PECADOS 
QUE   TE  OFENDEMOS  POR  DURANTE  A  TANTOS  ANOS,
E  DAI-NOS  A  TUA  PAZ  E  A  SALVAÇÃO  ETERNA!
GRAÇAS  SEJAM  DADAS  A   DEUS  PAI!

Alfonso Czaplinski

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